Muito cedo começa a evidenciar interesse pelas questões do foro político. Aos dez anos de idade é o único jovem da terra a discutir política num dos pontos de encontro social da localidade: a loja do Manuel Abreu. É ali que tem acesso regular aos jornais da época, durante a II Guerra Mundial, que acompanha detalhadamente.

Revoltado com a Ditadura, por volta de 1940 embarca no 'Colonial' para Angola, à procura de melhores condições de vida para os seus que ficaram em Portugal. Nunca mais, porém, José voltaria a ver o pai e a mãe.

Constrói vida em Cabinda. Lá constitui família, cria estabilidade financeira, constrói bens de raiz, faz poupanças para a educação dos quatro filhos e para a velhice. Aquando do 25 de Abril de 1974, e após trinta anos em África, o Autor perde tudo quanto arduamente construiu e perante a Guerra Civil em Angola vê-se obrigado a voltar, então, para Portugal, com uma mão à frente e outra atrás.

Aos cinquenta anos de idade, sem ajudas ou subsídios, José Rodrigues Antunes (n.1927) tem de começar do zero.

Reconstrói a sua vida. Educa os filhos. Recria estabilidade. Porém, fica para sempre marcado pela abrupta perda sofrida, jamais devidamente compensada no plano social e muito menos indemnizada no plano material. Então, num acto libertado e a caminho dos oitenta anos de idade, começa a escrever Poesia.

Defensor acérrimo dos valores basilares como a Verdade, a Justiça, a Honestidade e Dignidade, espelhados por toda a sua obra, José Rodrigues Antunes (n.1927) é um observador e pensador nato, atento ao que o rodeia e com uma vincada perspicácia humanista.

Profeta da Verdade é o nome que, certa vez, lhe atribuem, pela leitura que na linha do tempo faz da essência da realidade. O Autor vê-se apenas como um simples Poeta do Povo, com um único e vincado compromisso: a defesa da verdade.