Silêncios Magoados

José Rodrigues Antunes (n.1927) conta a sua história, sem papas na língua e sem umbigalidade partidária ou ideológica. Silêncios Magoados é um marco historiográfico.

35,00 €

No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, Silêncios Magoados Volume II expressa o outro lado dos acontecimentos da década de 1970; com enquadramentos históricos e político-sociais até aos dias actuais do ano da publicação deste livro – 2024. Silêncios Magoados Volume II são 808 páginas com muitas histórias e briefings factuais compondo as suas notas de edição. Esta obra literária é um marco historiográfico que tem como apêndice um Documento histórico cedido pela Caixa Geral de Depósitos.

Silêncios Magoados_ um marco historiográfico

José Rodrigues Antunes nasceu no dia 25 de Abril de 1927. Neste ano de 2024, quando celebra 97 anos de idade, publica o segundo e terceiros livros da sua Trilogia autobiográfica (o Volume I foi publicado em 2019, com apresentação na Biblioteca D. Dinis, Odivelas). Ao longo das duas últimas décadas, escreveu, em centenas de quadras, a sua história de vida: a escassez de bens e as privações da década de 1930; a fuga da Ditadura, emigrando para África; e a perda de tudo quanto tinha, depois de trabalhar arduamente no transporte de madeiras, na segunda maior floresta do Mundo – o Maiombe –, sentindo-se para sempre roubado e injustiçado, vítima de uma Descolonização à qual chamaram "exemplar".

Para José Rodrigues Antunes (n.1927), a data em que perdeu tudo coincide com a data do seu aniversário – 25 de Abril. Para ele, Abril não foi cravos e liberdade. Foi perda, dor e prisão e a história deste português merece também ser contada.

Mas Silêncios Magoados Volume II é muito mais do que uma história singular, já que na sua transversalidade espelha bem o sentimento de perda, dor, injustiça e incompreensão dos Portugueses que se viram obrigados a deixar à pressa as então Colónias portuguesas. Mal recebidos e acusados de andarem a "explorar os pretos", os espoliados do Ultramar – gente educada, aventureira e empreendedora – refizeram a sua vida do zero, sem subsídios nem empatia dos seus irmãos Portugueses.

Meio século passado, a distância historiográfica já vai cobrando a reposição da verdade em todas as vertentes e não a visibilidade de apenas uma parte. Porque a liberdade só é plena na plenitude da verdade. E a verdade é que, "a par dos jovens soldados tombados em combate na Guerra Colonial, também os últimos colonos portugueses foram vítimas do vergonhoso processo de Descolonização", alega o Autor. Negar os factos é negar a História de um Povo.

José Rodrigues Antunes (n.1927) conta a sua história 'sem papas na língua' e sem umbigalidade partidária ou ideológica. É apenas no pleno exercício da liberdade de expressão, conquistada em Abril, que o Autor expressa a sua vida de dor, entroncada nos acontecimentos político-sociais das últimas cinco décadas. Silêncios Magoados Volume II é a sua história e um marco na Historiografia recente de Portugal. Uma obra que "só talvez daqui a quinhentos anos possa ser entendida", lamenta o Autor.

Silêncios Magoados_ a poesia

A Poesia de José Rodrigues Antunes (n.1927) é simples, porém, não simplista, uma vez que apresenta um ónus de densidade de conhecimento dos factos que aborda, tanto a nível histórico como político. Factos esses enriquecidos pelo relato do que foi a sua própria vida e como teve de reinventar-se e seguir em frente. A nível politizado, são centenas de quadras que destilam uma latente revolta pelo rumo dos acontecimentos que levaram ao célere e vergonhoso processo de Descolonização português, originando as perdas que ele, e milhares como ele, viveram e sentiram à flor da pele.

José Rodrigues Antunes (n.1927) espelha com a sua escrita em verso o outro lado da Revolução do 25 de Abril. Aquele lado de que se evita falar, como se não tivesse sido relevante na História recente de Portugal. O lado do êxodo de meio milhão de pessoas (não só Portugueses), que fugiram para Portugal, procurando escapar à guerra sangrenta, principalmente em Angola, intensificada pelo processo de Descolonização das ex-Colónias portuguesas em África. A Poesia de José Rodrigues Antunes (n.1927) aponta o dedo ao políticos que protagonizaram esses acontecimentos e que foram a causa da sua ruína financeira; mas, mais do que isso, a causa de tamanho buraco que se cravou para sempre no seu peito: o rompimento abrupto com os laços afectivos à terra da sua eleição: Cabinda. Porque era preciso, primeiro do que tudo, pôr a sua família a salvo da Guerra Colonial. E foi isso que fez.

A Trilogia Silêncios Magoados é um desabafo de alma escrito ao longo de duas décadas – as primeiras deste século XXI. Neste Volume II, a Poesia de José Rodrigues Antunes (n.1927) explana a sua revolta por tudo quando a política provocou na sua vida. Mas não só! O Autor nonagenário, que já atravessou quatro gerações, expõe também as mazelas da Ditadura e os podres da Democracia. E fá-lo de uma forma frontal, sem filtros e sem se importar com o que é o politicamente correcto. A Poesia politizada do Poeta de Odivelas expõe o Sistema do partidarismo, que, segundo o Autor, serve os lobbies instalados e as suas pretensões, mais do que os soberanos interesses da Nação. José Rodrigues Antunes (n.1927) não tem e nem nunca teve qualquer filiação partidária. A sua paixão de vida sempre foi unicamente a procura e a defesa da Verdade. 

Mas para além de expressar a revolta de um espoliado, a sua crítica feroz e mordaz ao actual Sistema e o amor supremo que tem por Portugal, enaltecendo os Portugueses e os seus feitos históricos, Silêncios Magoados Volume II apresenta também uma Poesia intimista, resvalando o erotismo na composição poética que o Autor retrata contando um romance, intenso, escaldante, entre um homem e uma mulher apaixonados. Uma história de amor impossível onde transborda a nata hilariante do desejo, fazendo desta narrativa uma história intemporal, face a essa mesma contagiante verdade que veste a paixão e a torna comum a todos os que a vivem – o desejo.

Silêncios Magoados_ as notas de edição

Silêncios Magoados Volume II é um repositório do acervo do Autor na sua vertente mais politizada e intimista. Mas para além da escrita de José Rodrigues Antunes (n.1927) no seu alinhamento autobiográfico, recordações, desabafos, sentimento de injustiça e revolta, percepções políticas e ideológicas e a explanação do espectro histórico quanto aos Ditadores do século XX e às duas Guerras Mundiais – tudo em verso – e, ainda, o desabrochar do já referido romance poético de carácter mais intimista, espelhando as vivências amorosas do Autor; para além de todas estas vertentes cruzadas, em Silêncios Magoados Volume II corre também um outro livro paralelo – os textos das notas de edição. Ao alinhamento das centenas de quadras, milhares de palavras e milhões de letras que erguem as composições poéticas, juntam-se os textos das notas de edição, da responsabilidade da Editora da obra, Belmira Antunes Branco, que contou com a ajuda de uma equipa de jornalismo.

"Lêem, mas não entendem o que lêem, porque não conhecem os factos", lamentava José Rodrigues Antunes (n.1927) sobre a sua escrita, referindo-se sobretudo às novas gerações. Ora, procurando fazer cessar a agonia quanto a não ser entendido no que escrevia em verso, as notas de edição, dispostas paralelamente às Poesias do Autor, procuraram contextualizar a factualidade que as suas quadras abordam no que concerne à Historiografia do século XX, à factualidade político-social da contemporaneidade da vida do Autor, e, ainda, o seu sentido crítico quanto à realidade dos factos. Silêncios Magoados são muitos mundos dentro de um só mundo: o Auto José Rodrigues Antunes (n.1927), um nonagenário a caminho dos cem anos de vida.

Silêncios Magoados_ a paginação

A estética gráfica da obra literária procurou reflectir a sua atipicidade. Silêncios Magoados Volume II são 808 páginas de conteúdos em diversos estilos e com múltiplas abordagens, onde é escamoteada a dor, as perdas e as penas do Autor e simultaneamente é plasmado o contexto factual e histórico dos acontecimentos que fizeram História. O grafismo do livro procurou articular, de forma apelativa, a informação paralela ao conteúdo primordial da obra – a Poesia do Autor. Mas procurou, também, cumprir outro ideal: proporcionar ao Leitor o acesso imediato à contextualização densa das abordagens, e isto de uma forma facilitada, quer o Leitor faça uma leitura contínua, salteada ou esporádica da obra. Com efeito, a paginação procurou cumprir um ideal estético, aliando esse resultado à optimização de consulta literária do Leitor, o qual é o centro elevado e absoluto da Trilogia Silêncios Magoados, do Poeta de Odivelas, José Rodrigues Antunes (n.1927).

Silêncios Magoados_ a ficha técnica

©2024, José Rodrigues Antunes

TRILOGIA: Volume II

TÍTULO: Silêncios Magoados

AUTOR: José Rodrigues Antunes

EDIÇÃO GERAL: Belmira Antunes Branco*

TRANSCRIÇÃO DE MANUSCRITOS: Isabel Antunes

PESQUISA FACTUAL PARA NOTAS DE EDIÇÃO: Jornalismo com Ana João Fernandes, Carlos Caldeira, Carolina Costa, Gonçalo Pires, José Branco, Francisco Silva, Joana Pereira, Mariana Mateus, Marisa Oliveira, Maria Spínola dos Santos, Rafaela Pereira, Soraia Fernandes Pais e Tiago Silva

REVISÃO LINGUÍSTICA: Rosa Oliveira (antes do Acordo Ortográfico de 1990)

REVISÃO FACTUAL: Ana João Fernandes e Luís Couto Soares

PAGINAÇÃO DAS QUADRAS DA TRILOGIA: Hélio Mateus e Edgar Reis

ENSAIOS GRÁFICOS DAS NOTAS DE EDIÇÃO VOLUME II: Carla Bernardo

PAGINAÇÃO E ARTE FINAL DO VOLUME II: Diana Chaves e Sofia Florentino

IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Artipol, Artes Tipográficas, Lda.

CAPA: Edir Antunes

1ª EDIÇÃO: Janeiro 2024

ISBN: 978-989-35322-7-0 

TIRAGEM: 300 Exemplares

DEPÓSITO LEGAL: Nº 528428/24

DISTRIBUIÇÃO: MIL – Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de S. Domingos 11, 1150-320 Lisboa

* Composição das notas de edição, segundo o pensamento e sentido crítico do Autor; e no que concerne a factualidade histórico-política, mediante pesquisa da equipa de jornalismo desta obra.